quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Sonâmbula



Sonâmbula, imóvel naquele ruído. Olhos fartos da absorção do mundo. Obscenos, recentes no suspiro, na flacidez, e nos lugares comuns. Fixos em sombras, sobras e barreiras, suas demoras e sorrisos decaídos. Maquinarias e seus torpores, enferrujados pela viciosa imagem do sentido. A luz caída sem jeito. Amassada, ambígua, mesquinha. Aninhada aos rostos embaçados cheirando a fósforos e ancoras. Uma crença em raiz, embaraçada, continua e entregada as persianas. Mantinha ordinário murmúrio de pálpebras, ilusões em desalinho e brasas. Poses estancadas que chiavam, clandestinas e fixas. O transito ignorado como um sonho. Atenuada e indefinida naquela inércia que desnatura.

#FALADA Maria Paula Magalhães

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